quarta-feira, 31 de outubro de 2007



Me entregar da forma que foi nao diz de você mas de mim.

Hoje uma amiga me disse que tudo o que nos causa medo nos atraí. Na hora discordei. Lendo Clarice, dentro de uma frase senti meu peito explodir por tudo que aconteceu.

"Tenho medo da paixão". A frase sublinhada, mania minha de grifar o que é tão meu encontrado no outro.

Então tenho medo da paixão, e nem me lembrava mais já que há muito a paixão não me assalta por alguém real. O que faço da paixão é assustador!

Qualquer outra coisa que me possa tirar do centro, da segurança do meu mundo, caio de cabeça. Fazendo com elas e delas um movimento altamente destrutivo.

Apesar de você ter sido uma filha da puta, talvez nem ache tudo isso, nada da minha verdadeira dor tem relação com você. Mesmo ainda achando ao contrário. Sempre é mais fácil por a culpa em alguém.

Em cinco dias a paixão fez de mim a pessoa mais feliz - felicidade de cocaína - Na semana seguinte lá estava eu sofrendo, acabada, destruída como se tivesse terminado um relacionamento de dez anos. A desejada paixão-destruição que meu querido incosciente gosta. Se é que isso é real. Sabe-se lá se o Dr. Freud está certo.

tá, agora sabendo disso tudo não sei o que faço dessa desorganização dos meus movimentos. Da minha grande atração ao que me destrói, do que me causa. Questiono essa forma de viver mesmo não sabendo ainda fazer da alegria meu forte desejo.

Fico como Clarice que perdeu alguma coisa que era essencial e que não é mais. Estou perdendo a vontade de estar doendo sempre, minha terceira perna que não me deixa andar mas torna-me estável.

O que nasce em mim de mim não sei o que é o que sou.

Procuro Clarice quando quero me achar. Me tira o sono. Tendo o dom de me fazer perder dentro de mim, achando sempre sendo outra em outro caminho que não é aquele mais que me levou à ela.

Ah minha doce Clarice...

quinta-feira, 25 de outubro de 2007


As palavras estão me remetendo a um fundo escuro. Me paraliso perante ao dito, que não é diretivo. Solto num outro objetivo. Mas vem certeiro ao alvo, a minha dor.
Você foi e no seu lugar ficou uma dor pelas palavras que ferem sem intenção. Talvez nem você tivesse a intenção, não de ir embora. A intenção da dor.
Busco em lugares que não sei o nome o seu nome. Sem nomes, sem ditos é o que desejo viver agora. Um deixar fluir sem rótulos.
Não precisamos de rótulos. E falo pra você nova pessoa que surge pra mim. Somos muito mais que apenas rótulos de sociedade.
Apenas somos. Apenas quero que sejamos.
Ser eu.
Ser você.
Sermos nós.
Me largo na simplicidade de ser apenas.