quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Foto: Ana Red.
Obrigada pela atenção, mas não é você quem eu quero encontrar. E te falo isso no meio da correria, no meio do dia, da confusão. Em paralelo a um outro afeto me atravessando, uma expectativa de um atendimento clínico - ossos do ofício -
Percebo como num estalo, já que sempre sou assaltada por ele, carregado de uma sinceridade comigo, com você e com ela.
Só apenas não sei ainda dizer adeus pra você e quando não sei ainda os meios de dizer, muitas vezes é porque não existe o desejo real, mas isso são apenas justificativas de não fazê-lo.
Olhei pra onda quebrando e lembrei da leveza que você me dá. Penso as vezes que sou apenas constituída por paixões urgentes que me assaltam, não dando tanto valor a outros atravessamentos que me afetam e que acolho. Por muitas vezes levando-me a generalização dos dias e dos encontros nossos.
Então corrijo-me: hoje não é com você que quero me encontrar. Obrigada pela leveza em que deixa meus movimentos brutos.
Não só digo à você tudo isso no meio do dia. Os acontecimentos que afetam e marcam ocorreram hoje no meio de todos os outros grandes acontecimentos bem no meio do meu dia.
Começo a escrever sobre o sentimento urgente que você despertou, no meio do caminho. Entre a saída do atendimento e a ida ao médico, precisamente, no ponto de ônibus.
Então. Falar dessa urgência despertada por um telefonema seu. Do quanto esperei pelo que você tem para me dar agora.
Das melhores intenções minhas com os mais sinceros afetos seus.
Faço tudo isso por mim, por você, por nós.
Assim mesmo sem sentido para os outros.

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